sexta-feira, 23 de março de 2007

CANTADAS ODIADAS




Você mulher, que já passou em frente a uma obra e ouviu gracejos que te deixaram vermelha e sem saber onde esconder a cara, esse post é feito em sua homenagem. Mas é bom os rapazes lerem para tirarem a dúvida. Vai que aquela sua cantada infalível não é uma das odiadas por nós, mulheres?

Ontem eu me lembrei de um assunto que rende post, aliás, rende vários...
Cantadas. Ah, as cantadas! Elas que deveriam fazer nosso ego se inflar, mas por conta da imperícia e da falta de sensibilidade masculina, se transformam em constrangimento na hora, e em piada depois.

Vamos facilitar a identificação dos tipos de homens e de cantadas:

Há as cantadas que tentam ser delicadas e acabam sendo bregas. Geralmente elas vêm daquele carinha que parou nos anos 80. Eu amei essa época, muitas das minhas bandas favoritas como Smiths, U2, Depeche Mode, entre outras, tiveram seu auge nessa época. Fora os musicais. Flash Dance é o meu preferido. Mas isso é assunto para outro post. Voltemos às cantadas.
Uma das mais clássicas é a do camarada perguntando se você está machucada, assim, do nada. Logo depois de você olhar para todo o seu corpo se certificando de está tudo bem, e dizer isso a ele, o patrício exclama: “Como um anjo cai do céu e não se machuca?”
Ai meu Deus!

Há também a dos tiozões. Nada contra homens mais velhos. Alias, eu adoro uma naftalina...
Você está com as suas amigas dançando e ele no bar começa a te olhar de canto de olho. Ele oferece a segunda dose de whisky (agora mais animadinho) de lá do bar mesmo, estendendo o braço com o copo na mão, dando uma piscadinha e mandando um beijinho, lá de longe, para você receber e todo o bar ver. Mais tarde, na pista de dança e já com o terceiro copo na mão, ele se encoraja vai até você, que se esquiva. Ele some. Depois de uma hora você nota um movimento estranho na pista, e quando vê, lá está o samaritano, dançando uns passos combinados de Night Feever, Elvis Presley e Michael Jackson. Isso tudo no meio da sua roda de amigas e achando que é rei! Terrível.

Há também aqueles indivíduos que se confundem com espíritos. Eles falam obscenidades ao seu ouvido, bem baixinho, assim só você ouve. E com o espanto vindo dos seus gracejos, e a discrição do que ele faria se estivesse sozinho com você, sua expressão facial vai mudando, de acordo com a intensidade das besteiras ouvidas. As pessoas em volta pensam que você está sendo obsediada por um espírito ou coisa assim. Ah, se elas soubessem o que te vai aos ouvidos...

Há ainda as infantis: “Eu nunca vi boneca que anda, essa anda e fala” essa é infantil me é uma graça!!!

Mas as piores são as ouvidas nas obras e construções. Geralmente não são cantadas, e sim expressões que traduzem os desejos dos trabalhadores da construção civil “Buce...da! ou então, "Descascava e chupava inteirinha...!”. E popr fim, a mais leve de todas que se pode ouvir naquele lugar: " Oi princesa!” Putz, é ou não para ficar com vergonha?

Eu já ia me esquecendo, há aqueles que fazem uso da expressão facial para cantar. Geralmente caminhoneiros e trabalhadores braçais. Não me pergunte por quê. Eu só observo. Eles olham, cerram os olhos, como se estivesse batendo muito sol em seus rostos e fazem um beicinho que seria o ensejo do que um beijo, e começam a balbuciar. Tudo isso ao mesmo tempo e ainda dão umas quebradinhas de pescoço na direção de outro lugar, como se quisessem te convidar para uma aventura fora daquele lugar. Esses homens geralmente fazem essas cantadas quando você está com a sua mãe ou pessoa mais velha. É uma cantada silenciosa, não chama atenção. Estratégica.

Mas uma coisa é certa. Se a pessoa a qual eu sou apaixonada viesse com qualquer uma dessas cantadas eu acho que iria rever os meus conceitos. Será que eu sou preconceituosa?

quinta-feira, 22 de março de 2007

SITUÇÕES CONSTRANGEDORAS DO DIA-A-DIA. PARTE 1.


Cansei de nostalgia. A fase introspectiva passou. Agora é hora de voltar à sacanagem, ao sarcasmo e à comédia da vida real. Esse post será o primeiro de muitos sobre o assunto constrangimento. Enjoy it!

Antes de ontem eu passei por uma dessas. Fui a uma lanchonete, fiz o meu pedido, e after the breakfast (eram nove da manhã), perguntei à garçonete onde ficava o banheiro. Ela, com toda a sua simplicidade, disse que para usar o banheiro era preciso pegar a chave do mesmo no caixa. Hein???


Lá fui pegar a chave do banheiro com a caixa que até tentou ser simpática para deixar a situação menos constrangedora. Várias coisas passaram pela minha cabeça na hora em que eu peguei a chave. A primeira é que dependendo do tempo que eu ficasse no banheiro não só a caixa, mas a balconista e alguns clientes, que assistiam à cena fingindo não saber do que se tratava, saberiam o que eu iria fazer lá. Se fosse só um xixizinho tudo bem. Rapidinho. Mas se fosse fazer o número dois, todos saberiam e seria mais constrangedor. Porque será que fazer o número dois é mais constrangedor?


Bom, voltando ao assunto, o segundo pensamento que passou pela minha mente foi uma combinação de dois sentidos: A visão e o tato. Primeiro eu peguei a chave e notei que tinha algo de estranho e depois, quando olhei com mais atenção, eu vi. Ali estava ele, um chaveiro feito com um teco de cabo de vassoura. Isso mesmo, o chaveiro da chave do banheiro era um pedaço de cabo de vassoura que media uns 15 centímetros.


No percurso do caixa até o banheiro eu fui pensando o que os donos daquele estabelecimento queriam ao obrigar às pessoas a pegarem uma chave para usar o banheiro e ao colocarem um chaveiro feito de cabo de vassoura (será que é multiuso?) que nem dava para dar uma disfarçadinha na mão. Todos veriam que a chave do banheiro vinha com brinde... Mas ao chegar à porta do banheiro eu tive outra surpresa: Havia um cartaz com os dizeres “Taxa para usar o banheiro R$1,00” Para meu alívio, eu não tive que atravessar o salão da lanchonete de novo com a bendita chave multiuso na mão. Em baixo dos dizeres, em letrinhas minúsculas estava o complemento da mensagem: “Para quem não consumiu”. Ufa!
Usei o banheiro o mais rápido que pude, lavei as mãos na pia que ficava do lado de fora do banheiro (pasme!) e devolvi a chave na mão da caixa. Acho que em tempo recorde. E agora, compartilho com vocês esse primeiro de muitos relatos de situações constrangedoras as quais vivi.

segunda-feira, 19 de março de 2007

DENISE E A LEI DA EVOLUÇÃO DE DARWIN




Depois de dez dias de férias, eis-me aqui novamente. São muitas novidades importantes, mas eu, mais uma vez, vou ser nostálgica e escrever sobre o passado.
Eu tenho um diário. Escrevo geralmente quando estou triste, porque quando estou feliz eu prefiro mesmo é falar! Mas relendo algumas páginas eu vejo como as coisas passam... Imagine que em um das páginas eu me dizia apaixonada pelo meu ex-namorado, que na época era namorado. Depois de umas três páginas, eu já havia terminado (um namoro de dois anos) e me dizia apaixonada por um antigo affair. ÊÊÊ garotinha volúvel...

Depois de uns dois meses eu estava ficando com um português (diversificando nacionalidades). De lá para cá eu mudei bastante, e olha que nem faz muito tempo. Essas escrituras sagradas datam do ano 2004. Fiquei muito mais seletiva, mas muito mais mesmo, a ponto de ficar sozinha até agora (dois anos depois do término do meu último relacionamento). Deixei de lado a filosofia de ficar com os errados por enquanto o certo não chega, e quer saber? Estou muito feliz. Me descobri tão auto-suficiente... Muito bom.
Encontrei listas de desejos, daquelas que se faz no início do ano, sabe? A maioria deles realizáveis, alguns realizados. Eu cresci e evolui, mas algumas fraquezas, hábitos e infantilidades permanecem. Continuo dançando e cantando sozinha no meu quarto para todos os vizinhos ouvirem. Continuo uma das, se não a mais sonhadora das mulheres. Continuo sendo representante de sala (desde o colégio ate agora), ganhei novos amigos e nenhum inimigo. Sou mais amiga da minha mãe e do meu irmão, que sempre têm conselhos bacanas nas horas certas.
Rasguei as fotos do meu ex-namorado e as dezenas de cartas que ele escreveu para mim, rasguei também as cartas de amor que escrevi para paixões não declaradas, como se pudesse me livrar assim das lembranças... Os papéis se foram, mas as histórias continuam na minha mente para serem contadas. Continuo mantendo guardado um segredo. Sofro com paixão platônica, mas a minha paixão pela vida é correspondida.
Troquei a cerveja pelo açaí, troquei antibióticos por homeopáticos, fiz terapia por dois anos e usei florais de Bach. Deixei o budismo, sigo o Kardecismo e acredito em todos os santos e respeito a todas as igrejas.
Equalizei o tempo em que ouço música, agora o Motorhead divide espaço na estante com a Nora Jones e o Almir Sater. As minhas saias ficaram um pouco menos mini (exceto no dia do meu aniversário), agora minhas calças e meus tênis dividem espaço com meus vestidos (vários) e sandálias. Eu continuo passeando entre a segurança e a oscilação de auto-estima, na verdade, acho que as coisas mudaram, mas eu, não muito. Só me adaptei às novas situações.

sábado, 17 de março de 2007

PROMOVIDA À CLIENTE


Estava trabalhando na livraria da Fnac e no último sábado fui promovida à cliente por conta do segundo corte de funcionários, só nesse ano. Reflexo da crise. Mas é engraçado, acho que a crise não me atinge. Eu entro e saio de empregos a toda hora. Não foi a primeira e nem será a última vez que sou desligada de uma empresa. Agora é hora de arrumar um estágio ou um emprego decente.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Lois Lane com nova potência 2.8


Para mim, fazer aniversário tem se tornado cada vez mais difícil. Tanto que fiquei mais velha há dois dias atrás e nem dei o ar da graça aqui. Não que eu não goste de fazer aniversário, mas eu acho que vai ser mais prazeroso comemorar essa data quando eu já tiver concretizado pelo menos parte dos meus planos. Sim, eu sou uma seguidora da filosofia Madonística*** Eu sou uma “Material Girl”.

Sei lá, cada aniversário que passa a cobrança parece maior. E ela vem por todos os lados. Vou tentar ser um pouco mais específica. Agora, por exemplo, tenho. 2.8 Por que 2.8? Porque depois dos 25 a mulher não tem mais idade, e sim potência. Mas voltando ao assunto, com essa idade era para eu estar formada e com a vida estabilizada ou a caminho disso, penso eu. Aí o dia de aniversário acaba ficando meio pesado, e até um pouco angustiante.


Mas em contra partida, acontecem coisas maravilhosas. Poucas vezes na vida tenho a oportunidade de me sentir tão querida. No último dia 7 isso aconteceu.
Além dos parabéns dos colegas da sala e dos familiares, os meus amigos queridos Elmo, Filipe, Evelin e Vanessa fizeram uma surpresa simples, porém, inesquecível.


Nenhum deles me deu parabéns, mas para mim estava tudo bem, eu tinha achado que eles haviam esquecido, mas como eu mesma já esqueci da data do meu aniversário... (louca, né? Outro dia eu conto essa história). Eis que a Evelin me liga no celular e quando eu os encontro eles cantam parabéns para mim com direito a bolinho e refrigerante. Detalhe, tudo isso na lanchonete do Delta, o prédio no qual nós estudamos na faculdade.


Nossa, foi muuuuuito legal!!! É muito bom se sentir querida!!! Por isso eu chego à conclusão de que a pesar das cobranças, da ansiedade e das expectativas ainda não convertidas em realizações, é muito bom fazer aniversário. É nessa época que temos a oportunidade de ver coisas que realmente importam.
Como é bom ter amigos!!!!

Filosofia Madonística*** Filosofia criada pela cantora e atriz (há quem conteste essa sua aptidão) Madonna. Na música Material Girl ela exalta a importância da mulher se valorizar e isso inclui ter dinheiro, para ela traduzido em forma de jóias, eu prefiro as verdinhas mesmo.

sábado, 3 de março de 2007

POIS É, WHAT PORRA IS THIS?




Eu estava assistindo ao globo repórter e acabei de desfazer um paradigma pessoal, aliás, acho que não é tão pessoal assim. Muitas pessoas devem pensar que a justiça no Brasil é morosa e que a maioria das crianças de orfanatos não são adotadas porque o anos passam e o processo viram criadouros de traças nas prateleiras dos fóruns. Em parte, isso é verdade.
Mas o que mais me estarreceu é ver que a maioria das crianças não é adotada por não preencher a pré-requisitos exigidos pelos futuros pais. Entre as “esdrúxulas” exigências estão a idade e, pasmem: a COR da criança.
Paaaaaaaaaaara tuuudooooo!!!
Eu pensava que pessoas que adotavam crianças eram almas nobres, mas o buraco é mais embaixo. Algumas são sim, mas a maioria dos candidatos é composta por cidadãos que desejam completar um vazio interior, um espaço não preenchido por um filho biológico, e não ajudar alguém. Acho que as crianças adotadas por essas famílias têm uma responsabilidade muito grande nas costas... Muitas adoções são frutos da vaidade.
É claro que quem quer adotar uma criança tem todo o direito de pensar em preencher esse vazio, aliás, esse é o princípio que move a maioria das adoções. Se há amor para dar, por que guardar? (opa, até rimei).
Mas será que as pessoas só podem dar amor para crianças brancas, com menos de cinco anos e sem irmãos?
Que porra de amor é esse que escolhe raça? Que porra de amor é esse que... Eu não entendo. Acho que se um dia for adotar alguma criança, não vou nem querer ver. Vou deixar que Deus e o juiz entreguem a que estiver destinada aos meus cuidados. Pode ser preta, branca, saudável, doente, criança, adolescente... Meu amor não tem preconceito.
Estou acabada... Nada me deixa mais deprimida do que ver criança sofrendo... Nem pessoas idosas me comovem tanto... Quero ler esse texto daqui a alguns anos e ver o que eu fiz para mudar essa situação...