Há um tempinho atrás eu estava no aniversário de uma amiga em um bar perto da Paulista. Amo aquele lugar, e em boa companhia então... Bem, bar é um ambiente propício à paquera, mas eu realmente estava lá para curtir com a galera da facul, pessoas que eu simplesmente amo!
Havia um cara bebendo com um amigo, e ele começou a olhar, e olhava, e olhava... Entramos porque começara a chover. E quem vem lá de longe? Ele mesmo. Sentou-se em um canto com o tal amigo e continuou com os olhares furtivos.
Era uma segunda-feira e como havia muita semana pela frente, às 22hs dividimos a conta e quando nos dirigíamos ao caixa eu senti umas mãos na minha cintura. Era o tal. Eu tenho reações estranhas quando fico nervosa, mas a predominante é a crise de riso. A minha galera começou a me aloprar e tirar fotos por enquanto o cara vinha na ladaínha idiota “Você não vai me dar o seu telefone?” com aquela cara de galã de cidade de interior...
Oh, my!
A minha vontade era dar uma joelhada no saco dele _eu disse que tenho reações estranhas quando estou nervosa_, porque além de ser um pouco tímida (embora não pareça) eu detesto quando uma pessoa que eu não conheço toma esse tipo de liberdade. Detesto mesmo, não sei o que acontece comigo, mas eu simplesmente odeio gente que chega ‘pegando’. Aff...Mas foi uma situação tão atordoante, mas tão atordoante... Ele pegando na minha cintura, eu soltando a mão dele, eu olhando para a galera que ria e tirava fotos e tentando me soltar daquilo que parecia mais uma lula com mil tentáculos do que um homem... Por fim o cara conseguiu o meu celular fácil, fácil... Tudo bem, era só um celular. Era só eu desligar e pronto.
Depois de uns dez minutos de encenação teatral da cantada e muitas gargalhadas (inclusive minhas, porque esse pessoal da facul é realmente muito engraçado e criativo) chegamos ao metrô. Estávamos conversando, e não mais que de repente alguém invade a roda. Era ele! Siiiiiiim, o cara tinha todas as estações, todos os vagões e trens do mundo, mas ele entrou na minha estação, no meu trem e no meu vagão e invadiu a minha roda de amigos! Oh shit!
CILADA!
Bem, esse era um sinal, ou o cara era persistente, sei lá. Fato é que ele chegou, ‘tomou de assalto’ (como diz o meu amigo Brunão Oliveira) e simplesmente invadiu a roda de conversa com um pulo. Ele deve ser fã do Homem-Aranha. É claro que os meus amigos se distanciaram e mais uma vez eu fiquei numa saia justa. Primeiro porque o cara queria que eu justificasse o fato de meus amigos terem se afastado (say what???) e depois porque ele veio com umas idéias meio fracas do tipo “Você sempre sai às segundas-feiras?". A resposta não foi lá muito gentil “Não, só quando algum amigo faz aniversário”. Réplica clichê: “Eu estou te incomodando?” Tréplica mais clichê ainda: “Não, ‘magina’...
Salva pelo sinal sonoro do metrô. Ele saiu e o pessoal me aloprando mais ainda... Bem fato é que ele me ligou duas vezes e eu não quis atender mesmo. Acabei de sair de uma paixão não correspondida que mexeu bastante comigo e não quero mesmo me envolver agora. Acho que vou demorar para gostar de alguém... Well, ele continuou insistindo, e como a minha última queixa em relação à ala masculina foi relacionada à falta de atitude, resolvi dar uma chance. Que sabe, né?
Bonitinho, mas Ordinário
Fato é que depois de duas ligações eu vi q o Clark Kent era bonitinho, mas ordinário. Parecia ser bonzinho, mas sem atitude, não para relacionamentos, mas para a vida, o que é pior. Sabe o que significa isso? Aquelas pessoas que passam boa parte da vida fazendo uma coisa da qual não gostam, querendo várias outras e não indo atrás de nenhuma delas. Cheguei a essa conclusão depois a segunda conversa quando falamos sobre sonhos, gostos e tals.
Depois de relacionar as várias cabeçadas que eu dei até chegar onde estou _no começo da minha vida já que ainda falta muito para chegar onde quero, mas estou a caminho, me aguardem!_ ele relacionou as dele: teve uma banda da qual desistiu (até aí dá até para entender), disse também que trabalha com departamento financeiro, mas que quer mesmo é fazer arquitetura em uma dessas faculdadezinhas fáceis de passar no meio do ano (palavras dele).
Aí eu pude entender porque o nosso papo não fluía. Esse negócio e querer qualquer coisa que seja mais fácil não tá com nada, aliás, gente assim não ta com nada! E vai que ele acha que sou como as coisas da vida dele: só servem as fáceis porque as difíceis dão trabalho...
Depois dessa conversa ele me ligou mais duas vezes e eu não atendi, aí ele enviou um email perguntando se eu não queria falar com ele e não teve resposta. E para bom entendedor meia palavra basta, não? Eu faço parte do ‘ramo difícil da vida’, por isso não sirvo para ele e nem tão pouco ele serve para mim.
Faço minhas as palavras da Amy Whinehouse para essa cara: No, no, no!