quinta-feira, 13 de novembro de 2008

FIQUEI POR ENQUANTO

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo...


Toquinho, o bom e velho poeta que cantava para as crianças da década de 80 (só lamento se você não era criança nessa época, foi a era de ouro da infância) e que agora se faz presente em minha vida, depois de tantos anos passada a infância. Foi-se o tempo em que eu simplesmente desenhava a minha vida no papel. Agora ela é rabiscada por mim, mas o traço final é do web designer super blaster master plus advanced, Deus.

É engraçado como imaginamos e planejamos tudo, mas de repente as coisas mudam, e por incrível que pareça a mudança não poderia ser mais adequada no momento. Como pode isso acontecer?

O caso é que eu estava planejando ir morar no Canadá em fevereiro, mas as coisas foram acontecendo para me prender aqui por mais um ano. Foram dois os motivos q me levaram a mudar de idéia por enquanto, pelo menos: fui efetivada na empresa onde eu fazia estágio e o meu grupo vai tentar publicar o livro do nosso trabalho de conclusão de curso.

E além disso eu quero ir morar fora com alguma experiência efetiva na área, e a empresa onde trabalho me oferecerá essa oportunidade. Além disso, com as viagens para o TCC eu acabei gastando uma boa $$$grana$$$, mas valeu muito à pena, o resultado ficou ótimo e breve eu anunciarei a data de lançamento.


Mas esse ano eu vou estudar tudo o que me der vontade. Começando por teatro e roteiro. Eu sempre quis direcionar a minha criatividade para arte. O medo é de ficar sabendo um pouquinho de tudo e não me especalizar em nada. Mas eu sou assim mesmo, indecisa. Quero fazer tudo agora. Outra coisa bacana é que vou viajar muuuuuito por esse Brasilzão sem porteiras! Só nesse final de ano já fui ao Rio, à Brasília e à Paraíba. Vou sair do Brasil tendo conhecido muito essa terra e também o quintalzão do Brasil. 

Canadá, só em 2010. Por enquanto Brasil e América do Sul!!


MINHA PRIMEIRA VIAGEM A TRABALHO

 

Semana passada eu vivenciei um momento bem bacana, foi a minha primeira viagem a trabalho. Eu fui representar a empresa em uma ação voluntária que reforma escolas públicas nas áreas rurais do estado da Paraíba. O objetivo é promover o voluntariado entre os funcionários da empresa, pais, professores e poder público local. 

As escolas passam por reformas nas suas redes de água, esgoto e energia elétrica que é feita por empreiteira que vende o material utilizado e doa a mão de obra.

A empresa onde trabalh é quem promove esse trabalho. O que é fogo é que a empresa abate esses gastos no imposto de renda, mas é melhor do que não fazer nada, né?

Eu estou na área do jornalismo social porque sempre imaginei que a minha profissão deveria ajudar alguém de alguma forma, mas e às vezes ainda fico cabreira com essa forma de agir das empresas, e das pessoas que ajudam para ser ajudadas. Sei lá... Mas eu ainda vou para a África trabalhar com as comunidades locais, talvez na FAU. Quem sabe?(vá ser indecisa assim na China, né?)

           

A VIDA AQUI SÓ É RUIM, QUANDO NÃO CHOVE NO CHÃO, MAS SE CHOVER DÁ DE TUDO FARTURA TEM DE PORÇÃO...

 
O fato é que essas viagens nos tornam maiores e melhores. A escola que fui ajudar fica no 
Cariri Paraibano* onde eu pude assistir cenas que só via na televisão. Mulheres carregado água na cabeça, cabras e bodes nas ruas, casas de pau a pique, água de cisterna. É outro mundo dentro do nosso Brasil, esse país de dimensões continentais e de tantas diversidades...


É legal o desafio ao qual você se propõe. O almoço foi feito pelas próprias pessoas, em uma cozinha na qual eu não comeria se fosse em São Paulo , a salada lavada com a água turva retirada com balde dos poços (essa eu não tive coragem), mas tudo feito com tanto carinho para as visitantes que não dava para não comer. Fechei os olhos e mandei ver!!! Estou aqui até agora contando a história.


Outro episódio foi a ida ao banheiro. Nunca pensei que um simples xixizinho pudesse dar tanto trabalho... A cidade não tinha água e havia várias pessoas na escola. Imagine o estado do banheiro... Foi aí então que conheci a dona Pretinha. Eu pedi a ela para usar o seu banheiro, e ela, sem a menor cerimônia, me deixou entrar na sua casa, invadir a sua privacidade. Usei o banheiro, e como dita a regra de boa educação o deixei limpo, jogando um balde d’água. Não sabe como? Com a pressão da água do balde jogada do alto a água que está no vaso sai de lá dando lugar para a água nova. A dona pretinha ainda e ofereceu uma jarra de água para lavar o rosto, o que foi muito bem vindo porque estava um sol de + ou – 35 graus (isso mesmo), e as várias camadas de protetor solar fator 60 estavam ficando meio duras, porque se misturavam à terra vermelha que levantava quando raramente ventava.

Terminado o mutirão, todos estavam cansados, mas a alma estava leve. É muito legal ajudar. Só em ver a carinha das crianças vendo as salas de aula que eram velhas, sujas e cinza todasreformadas, coloridas e limpas não tem preço! Amei a experiência. Jornalismo social é de verdade uma área bem legal.


NÃO SOU EU QUEM ME NAVEGA, QUEM ME NAVEGA É O MAR...

 

E que lindo mar. As águas da Paraíba são verdes, em tons mais claros perto da orla e em tom esmeralda lá no finzinho do mar. No dia de folga depois do trabalho eu e o meu colega fomos desbravar uma praia chamada Praia dos Coqueirinhos. Lindíssima, como vocês podem ver na foto. Eu agradeci a Deus. Agradeci muito por ter a oportunidade de ter conhecido os dois extremos, o agreste, onde as pessoas não têm água para beber, e agradeci por me banhar naquelas águas verdes, lindas, refrescantes e revigorantes d’alma. E pedi para que eu sempre saiba respeitar e conviver com os dois lados pacificamente, ajudando a quem precisa e louvando o conforto concddo a mim por Deus. Rodo entre os dois mundos e sou uma privilegiada por isso.


EU CAÇADOR DE MIM


De volta ao hotel, me descobri sozinha no quarto e é muito bom ficar assim às vezes. A minha família é tudo para mim, e eu amo os meus amigos, mas é muito bom ficar sozinha, ou melhor, longe da influência das pessoas que te conhecem, mesmo que seja por alguns dias.

Nessas horas começamos a prestar atenção em coisas que no dia-a-dia não prestamos. Eu cheguei no hotel cheia de calor, suada e morrendo de vontade de tomar banho. Depois que saí do banheiro enrolada na toalha percebi que agia como se estivesse em qualquer outro lugar onde eu não pudesse ficar totalmente à vontade. Aí parei para pensar que não tinha ninguém ali e que eu poderia sim andar nua. Percebi que estava com vergonha de mim mesma e que não me sentia à vontade com a minha imagem nua. Mas como não entendi o porquê disso, resolvi deixar a toalha em uma cadeira e ir para frente do espelho, procurar o que me fazia sentir envergonhada de mim mesma, mas não achei nada do que pudesse me envergonhar. A imagem que vi no espelho me foi muito agradável. Acho que nunca havia feito isso: parar na frente do espelho para ver a imagem do meu corpo nu. Foi libertador, confesso! Depois disso, todos os outros dias da viagem eu chegavam tomava um banho e ficava alguns minutos andando nua pelo apartamento. Engraçado não? Agora só falta despir a minha alma tal como o meu corpo esteve.


**A foto é do meu inseparável caderninho (que eu fiz o favor de perder buááááá!!!!!), e do meu livro, os companheios do dia-a-dia que se não me ajudam a me encontrar, me ajudam a não me perder mais

TCC. TERMINAMOS!!!

Depois de muita tensão, dinheiro gasto, e muita diversão em viagens “a la estudante” conseguimos entregar o nosso livro para a gráfica. Fica pronto na sexta, e na segunda o entregamos, no prazo devido, como todos os outros grupos, que com certeza não tiveram a mesma dor de cabeça que nós.

Desenvolvemos uma série de estratégias para conseguirmos falar com as políticas ban ban bans. A mais utilizada delas era ligar de telefones diferentes. Os assessores já conheciam o nosso número, então quando o viam na bina desligavam o celular ou simplesmente não o atendiam. Na hora do aperto, quando vimos que se não apelássemos para uma estratégia mais hard core bombaríamos, começamos a fazer terrorismo.

Ligávamos várias vezes ao dia porque nada tínhamos a perder. Tínhamos que tentar. E deu certo! Como diria o meu ídolo da infância, Mussum: 
“Água mole em pedra dura tanto bate até que se acabis”. A paciência delas acabou e nós as vencemos pelo cansaço. Vale à pena lembrar que houve exceções, como no caso das assessoras da Marina Silva e da Benedita Da Silva que foram assessoras mesmo, e de outras assessoras, que ao contrário das anteriores, trabalharam como “obstrutoras” de imprensa.

Mas tudo deu certo, graças a Deus! E quer saber do melhor? Não houve brigas no nosso grupo. Na verdade criou-se um laço de amizade bem forte entre nós três, o que me deixa muito feliz.