sexta-feira, 25 de abril de 2008


Hoje, depois de muitas extravagâncias, fui gastar um pouco do que resta do meu vale-refeição. Sim, culinária também é cultura, por isso, já que trabalho bem próximo da Avenida Paulista, tenho desfrutado da diversidade gastronômica que o local oferece. Donos de restaurante indiano, mexicano, e principalmente, japonês embolsaram grande parte do meu benefício refeição mensal.

A cota direcionada à gula acabou. Hoje na despedida, fomos ao japonês que, aliás, é o melhor de todos esses. Enchemos as nossas marmitas de isopor e enquanto esperávamos os colegas uma garotinha ofereceu-nos suas balas para que nós comprássemos.

Eu fiquei muito surpresa quando vi quem era a dona daquela vozinha fina. A garotinha era muito loira, com os olhos mais azuis que já vi na minha vida e a pele meio morena, parecia a garotinha do filme A Lagoa Azul. Aí é que está todo o problema. Eu fiquei espantada por se tratar de uma menina de rua loira, será que se ela fosse negra eu teria a mesma reação?

Me senti muito mal com isso, de verdade. Mas foi um ato involuntário, totalmente involuntário, aliás. Só agora, depois de uma hora e meia do ocorrido é que me toquei do preconceito irracional que está presente em mim. E isso não deve ser privilégio meu, deve?

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