segunda-feira, 9 de abril de 2007

DEVERIA TER JOGADO NA SENA!!!


Quase apanhei, por pouco não fui atropelada por um tróleibus (ônibus elétrico que colocaram aqui no interior para enganar a nós, caipiras, até que o metrô chegue) e fui testemunha de casamento de um casal de desconhecidos. Só comigo acontecem tantas coisas, e ainda, no mesmo dia.
No início da tarde o meu amigo me ligou para irmos ao centro da cidade a fim de gravarmos uns depoimentos para a nossa matéria. Logo na primeira tentativa, a entrevistada se recusou a nos atender porque o pessoal do Diário do Grande ABC (bonitos) havia feito uma matéria que difamava a feira. Eles usaram 'picotes' depoimentos dela para fazer a matéria de acordo com a sua necessidade de entregar um trabalho. Parece que o negócio foi feio. Tivemos um pouquinho de trabalho, mas, enfim deu certo. Com toda simpatia e lábia nós conseguimos, além da entrevista da Dna.Maria, mais umas três fontes. Terminada a primeira parte do trabalho, seguimos para o que parecia ser a etapa mais fácil: fotografar a fachada da feira. Aí começou o momento Chuck Norris***.

Fomos para o meio da linha do tróleibus porque esse lugar proporcionava o ângulo perfeito para as nossas fotos. Acontece que na linha em que esse moderno veículo corre não há calçadas, então, ficamos espremidos e nos equilibrando em um metro de grama irregular, e ainda tendo que nos desviar desses silenciosos veículos que passavam nos lambendo. Quer saber do melhor? Com todo esse desconforto tínhamos que achar o melhor ângulo.
Vaza! Vaza! Vaza!Eu ouvi três vezes esse grito. Estranhei, mas meu amigo continuava a bater as fotos. Os gritos se intensificaram "Vaza! Vaza!". Aí, eu pude ver de onde vinham e pude também decifrar o seu significado. Eram os vendedores de vale-transporte. De repente eu ouço "Quem autorizou você a ‘tirar’ foto aqui?". Eu nem sei de onde veio a voz mas, mesmo assim respondi: "Foi a Maria, presidente da feira". O diálogo prosseguiu de forma nada amigável "Ninguém autorizou nada aqui não", e eu repeti "A Maria, presidente da feira autorizou, estamos fazendo uma matéria com ela".

Foi aí que eu vi. Estava lá! Um homem com uma calça jeans, camiseta azul e alguma coisa branca na sua vestimenta que eu não conseguia identificar o que era. Ele foi se aproximando, vociferando cada vez mais alto e subiu no alambrado que mede mais ou menos 1,60m.

Agora a imagem estava nítida O homem que acabara de subir nesse alambrado estava com um gesso no braço que ia até o ‘sovaco’. Era a imagem do Mcgyver*** sul-americano.

Tudo perdeu a importância por alguns segundos. Como um cara poderia atravessar os carros e subir aquele alambrado com tanta agilidade com aquele gesso no braço? Jack Bauer *** explica.
Os ambulantes estavam pensando que nós os fotografávamos, e já que o comércio de vale-transporte é ilegal, eles tinham toda a razão de estarem preocupados. Ao sairmos nem passamos perto da feirinha com medo de apanhar.

Acabou dando tudo certo. Tiramos as fotos e seguiamos para a faculdade. Estávamos a caminho do ponto de ônibus quando fomos interpelados por um casal com uma pergunta no mínimo pitoresca: “Vocês querem ser testemunhas do nosso casamento?” Hã?

Nós trocamos olhares de cumplicidade e, adivinha: aceitamos na hora! Sim, nós fomos testemunhas de casamento de dois desconhecidos! Paulo e Rosana. Você já pensou na chance de ser chamado testemunhar o casamento de um casal de desconhecidos?

Já no cartório, nós conversamos um pouco com o casal que já estava amasiado há 9 anos, e depois de combinarmos mentir conhecê-los há tempos, assinamos os papéis. Nessa hora foi engraçado. A Rosana foi soletrar o nome da filha que é Hagata. Porque as pessoas mais simples são tão inventivas para nomes?

Mas, continuando, ela foi soletrar o nome da menina e assim o fez: agá-a-JOTA-a tê-a. Entendeu? Ela soletrou Hajata. Noooossa, ela não sabe o nome da filha! Hua! Hua! Hua! E o pior é que ela teimou, e teimou, até que nós três, eu, o Elmo e o Paulo conseguimos a convencer de que ela não sabia o nome da filha.

Papéis assinados, cumprimentos dados, era hora de partir. O Paulo ofereceu um cachorro quente em sinal de gratidão que nós, educadamente recusamos. Partimos impressionados com a tarde cheia comentávamos o ocorrido até que avistamos nossos amigos no ponto de ônibus. Mais essa! Eu deveria ter jogado na sena nesse dia!

2 comentários:

Elmo SR disse...

é...
esse eu nem preciso comentar, pois estava em tudo isso...
só um detalhe...:
nós, amigos de faculdade, indo para a instituição encontramos não apenas dois colegas, mas sim dois dos nossos melhores amigos no curso, que trabalham em extremos diferentes: Pinheiros e Diadema... já era esquisito os dois terem se encontrado, e depois nos encontram no ônibus... é muuuuuuiiiiita coincidência... qual a probabilidade disso tudo acontecer com algum ser humano?

Anônimo disse...

Hahuehuaehuah eueah!!!

Devia mesmo!! Que coisa!!! rs...

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