terça-feira, 9 de outubro de 2007

DA FORÇA DA GRANA QUE ERGUE E DESTRÓI COISAS BELAS...


São 6h20, é hora de sair e pegar o ônibus que roda os 30 km que separam a minha casa do meu estágio. A minha província não dá muitas opções para quem estuda jornalismo, quem escolhe essa profissão e mora no ABC tem que migrar todos os dias para trabalhar.

Eu pego quatro conduções por dia, passo aproximadamente quatro horas dentro de transportes urbanos de segunda à sexta. São 20 horas por semana, 80 horas por mês, 960 horas por ano. É claro eu não posso desperdiçar esse tempo todo só dormindo, sonhando acordada ou ouvindo MP3, mesmo que a vontade seja irresistível. Eu tive que pensar em alguma coisa, e não foi nada difícil… Vou fotografar Sampa.

O primeiro ônibus me leva ao Parque Dom Pedro I, um lugar que guarda a história de São Paulo, mas nem por isso parece merecer alguma atenção especial da Prefeitura. O cheiro de urina e a sujeira por todos os lados fazem o Parque parecer feio e perigoso. Acho que só quem mora nas imediações consegue andar sem sentir medo, mesmo parecendo claro que a maioria dos passantes dali estão como eu se dirigindo a trabalho.

Lá eu pego outro para Pinheiros. Parece que é outra cidade e não outro bairro. O choque já começa no ônibus. Essa é uma das poucas linhas que têm televisores para entreter o passageiro durante a sua viagem. É isso mesmo o que você leu, televisores. Não um, dois.

As pessoas com aspecto de vida sofrida descem do coletivo antes dele chegar na Avenida Paulista. Lá, entra a outra banda da cidade. Pessoas com os tênis da moda, ouvindo Ipods, com apostilas de cursinho e os engravatados e moçinhas de terninho, que não poderiam faltar.

CONTINUA...

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